“É comum nas histórias fictícias e até mesmo nos relatos
mais elaborados e precisos sobre nós que evidenciem a necessidade de bebermos
sangue, nossa beleza fora de medida que ajuda a seduzir presas humanas ou
nossas fraquezas. Mas poucas vezes vi qualquer menção à habilidade que os
vampiros têm de enxergar no escuro. A noite nos é clara como o dia e o breu,
revelador como um espelho.
Quando as luzes apagaram, as cruzes na mão dos exorcistas
emitiam um débil brilho azulado, mas que não os ajudava em nada. Lucas se
movia tão rapidamente que nem meus olhos acostumado ao escuro conseguiam captar
seus movimentos com clareza. Eu ainda estava muito machucada e o punhal maldito
fincava minha panturrilha no chão, mas ao olhar tanto para Máira quanto para
Beatriz, vi que elas também não conseguiam entender muito o que acontecia.
Os soldados e soldadas da fé estavam tombando um a um,
desnorteados por não saber de onde ou o que os atingia. Lucas poderia ser
preciso, mas preferia que eles sofressem. Uma pancada na têmpora ou um pescoço
quebrado deixaria a missão mais rápida para ele, entretanto era possível ver
que ele se divertia fazendo-os sofrer.
Eu também.
Ao ver Lucas arrancando os braços de um dos homens que
mantinha Bia cativa, lembrei da mulher que quase acabou comigo. Lembrei também
que tinha prometido cortar-lhe as mãos. Passei os olhos pelo salão que agora
mais parecia um cenário de guerra, as mesas derrubadas para todos os lados, o
bar destruído e suas garrafas quebradas no chão derramavam bebidas que se
misturavam ao sangue pintava o chão de vermelho. Eu a encontrei de joelhos se
protegendo atrás de uma mesa que ela fez de barricada, com uma cruz nas mãos
que apontava para cima. Eu podia ouvir a sua reza pedindo proteção, o que só me
deu mais vontade de mata-la.
Máira não compartilhava a visão noturna conosco e dado o
volume de sangue que havia ali, estava muito afetada. Lucas continuava matando,
nossos inimigos continuavam gritando. Beatriz passou para mim correndo e atacou
um infeliz que usava a cruz em frente ao rosto, na esperança de que o brilho
lhe revelasse algum perigo. Pude ver o horror nos seus olhos quando ela
enterrou o crucifixo em sua cabeça sem se importar no dano que causaria à sua
mão. Minha irmã estava se vingando, e eu faria o mesmo.
Eu já estava tão machucada que arrancar a adaga de prata que
tinha atravessado a minha perna quase não me incomodou. Mancando, eu me
aproximei da mulher torcendo para que Lucas não a marcasse como alvo antes que
eu chegasse até ela. Ela ainda estava ajoelhada e seus braços ainda erguidos
seguravam o crucifixo para o alto. Conforme chegava mais perto sua oração me
atacava como um golpe, mas não me fazia parar. Dei a volta pela mesa que a
protegia e sem aviso peguei seus dois braços pelos pulsos e com toda força os
bati contra o meu joelho. Na altura dos cotovelos dela.
O grito de dor foi delicioso, apesar de não ter tido força
suficiente para expor a fratura pude ver em seu rosto a agonia estampada. Ela
largou a cruz que segurava que caiu no chão. Mas eu queria que ela visse quem
estava lhe atacando, então a peguei de volta e obriguei que a mulher a
segurasse com os braços quebrados. Não me importei com seus lamentos enquanto
aplicava meu peso sobre as articulações do seu cotovelo que já não funcionavam e
obrigava o crucifixo que segurava ficasse entre o rosto dela e o meu. Olhei
fundo em seus olhos e disse:
- Eu disse que era melhor ter me matado.
Sem dar tempo para que ela respondesse qualquer coisa, usei
a adaga prateada para cortar seus dois pulsos com um só golpe. A cruz caiu
outra vez, mas dessa vez deixei que ficasse lá enquanto me servia do sangue que
jorrava de seus pulsos no escuro. Pouco a pouco, podia sentir minha força
voltando. A dor persistia, mas se abrandava a cada momento. Nunca havia provado
sangue estando tão avariada, o sentimento de relaxamento foi semelhante
à pequena morte. Me entreguei totalmente e fiquei alheia à tudo que
acontecia.
Somente quando as luzes se reacenderam eu tirei meus lábios
dos braços que agora não passavam de tocos secos. O salão estava em frangalhos,
Beatriz havia desistido da matança e estava cuidando de Máira que desmaiara à
esta altura. O único de pé em toda Vogue naquele momento era Lucas. Parado, no
centro do salão, abotoou o terno negro que usava e fixou o nó da
gravata também negra enquanto checava se havia algum sobrevivente.
Havia. A comandante, a mulher da cicatriz no rosto que
se chamou de Amanda. Lucas a deixou para o final propositalmente. A cabeça de
Hugo permanecia exatamente onde caiu após atingir Amanda minutos antes. Ela,
valente, apesar de estar no chão levantava o olhar para Lucas desafiadora. Ela
não devolvia o desafio, apenas a fitava com um frieza e tranquilidade.
- Acredito que a senhora estava perguntando por mim antes de
sermos interrompidos. - disse enquanto caminhava, passo a passo, até ela - Pois
bem, aqui estou.
- Espírito baixo, sujo e repugnante! Criatura das
profundezas - ela levantou a voz - acha que eu temo você? Acha que qualquer um
na ordem teme você? Mesmo os que caíram aqui na sua emboscada covarde não o
temiam. Temos Deus e todos os anjos ao nosso lado. - ela trouxe o livro que
havia pegado da minha bolsa junto ao peito - Juramos viver pela cruz e por ela
morremos sem medo.
- Amanda, certo? Amanda…Britto Pontes, talvez? Sim, sim. Se,
eu lembro do seu avô. “O bravo Britto Pontes” era como eles o chamavam. -
ele passou a caminhar em círculos envolta dela, um predador que circunda sua
presa - Diziam que ele nunca havia deixado de exorcizar um…como vocês
chamam mesmo? Ah, isso “infernal” - sorriu - Seu avô tinha uma fama e
tanto. Mas temo que bravo não fosse o adjetivo mais adequado para ele.
Lucas ia ligeiramente fechando o cerco a cada volta que
dava. Parou quando tinha a cabeça sem olhos de Hugo aos seus pés. Ele
olhou para ela com certo fascínio e a pegou pelos cabelos longos. A mandíbula
sem vida se abriu quando a cabeça foi levantada mostrando o pequeno pênis que
ainda se projetava lá de dentro como uma língua. Lucas continuou.
- Você o conhecia? - perguntou com naturalidade para Amanda
que não o respondeu - Este aqui demorou para falar. Foram duas horas nas quais
precisei me dedicar a mutilações e tortura requintada até que ele me
dissesse aonde vocês panejaram a emboscada. Ele me lembrou o velho Britto
Pontes. Os tolos da sua ordem talvez chamassem o garoto de bravo também. Mas eu
vejo as coisas de outro prisma. Não há bravura em sofrer por uma causa perdida.
Não há coragem em esperar por uma recompensa que não virá. O garoto rezou a
cada osso que eu lhe quebrava, e eu lhe arranquei os olhos. Ele pediu por
proteção quando eu arrancava seus dentes, e eu lhe cortei a masculinidade. Seu
avô pedia por piedade quando eu lhe cortei a garganta. - lágrimas escorriam dos
olhos impiedosos de Amanda - E isso foi há três gerações atrás. É
impressionante como vocês ainda não aprenderam. Não há ninguém ouvindo às
suas preces. Ele desistiu de vocês, tempos atrás. Essa obtusidade que
vocês chamam de coragem ou bravura, é o que garante que nós
continuemos vivos enquanto vocês... - Lucas olhou ao seu redor e sorriu -
Bom, vocês nem tanto.
Amanda tentou juntar as forças que ainda lhe restavam para
levantar e morrer com alguma honra, mas Lucas não permitiu. Pôs a cabeça do
adolescente morto em um de seus ombros e a forçou para baixo, deixando
Amanda novamente em seus joelhos.
- Não faça tanto esforço, - ele disse de forma doce - nós já
vamos acabar. Eu apenas gostaria de esclarecer isso para você antes. “Deus
e os Anjos estão do seu lado”, você disse. Não, minha pequena, Deus abandonou
vocês. Quanto aos anjos, no entanto, você tem razão. Alguns deles
realmente ainda lutam para manter o status quo. Mas permita que eu lhe conte um
segredo: - agora ele estava de frente para ela, desceu o rosto até encostar o
lábio em seu ouvido direito e sussurrou - existem anjos do nosso lado também.
Lucas mordeu sua jugular e em questão de segundos a mulher
forte e autoritária que quase me matou desfalecia e secava sob nossos olhos. Eu
já tinha presenciado Lucas se servir de uma presa diversas vezes antes, entretanto,
sua precisão e velocidade ainda me impactavam. Bia, com Máira desfalecida nos
braços, o via em ação pela primeira vez. Ela parecia ter esquecido toda
dor, seu rosto refletia medo e encanto ao mesmo tempo.
Ao terminar, ele se virou para nós. Não havia uma gota de
sangue sequer em seu rosto ou terno. Passou a mão pelos cabelos, que não haviam
se desarrumado durante toda a luta e nos olhou com seus frios olhos negros. De
mim para Beatriz e depois para mim novamente.
- Vamos precisar conversar sobre isso - e indicou o livro
que acabara de tomar de Amanda - Mas depois. Se não for de encontro ao plano de
vocês duas para expor e acabar com o nosso clã, gostaria de pedir a ajuda das
duas para que possamos camuflar toda essa bagunça. Discretamente.
- Existem dez cadáveres aqui, Lucas. - eu disse - Não tem
como nos livrarmos destes corpos todos discretamente. Não no nosso estado.
- Máira veio de carro - Beatriz notou - Talvez você possa
parar o carro nos fundos da boate e nós vamos botando os corpos no porta-malas
e depois dirigimos até um lugar seguro para nos desfazermos deles.
Lucas a olhava incrédulo.
- E onde você sugere que nós nos desfaçamos de dez corpos,
exatamente? Todos religiosos, diga-se de passagem. Todos brutalmente
assassinados. Consegue imaginar a repercussão que isso pode ter? Eu agradeço a
ajuda, Beatriz, mas nesse tipo de ocasião na qual é preciso tomar uma decisão
inteligente.
Lucas caminhou até o que restava do bar da boate e ali
encontrou uma garrafa que milagrosamente tinha escapado ilesa de toda a luta.
Um whisky de aparência cara. Ele pensou um pouco e tirou o lenço vermelho que
ornava o bolso do paletó, o pôs no gargalo ate que tocasse o líquido dourado.
Eu já estava mais revigorada e podia sentir meus ferimentos cicatrizando,
caminhei até ele quando entendi sua intenção com a garrafa.
- Você não pode estar pensando em fazer isso! - protestei.
- Fazer o que? – Beatriz perguntou.
- Alguma ideia melhor? - eu não tinha - Imaginei. Pense
nisso como um sinal de respeito, Carolina. Não faz parte da fé deles dizer que
o fogo purifica? Pois bem, vamos purificar seus corpos agora.
Lucas abriu um pequeno frasco que tinha em seu bolso interno
e umedeceu o lenço vermelho com ele, do mesmo bolso tirou um fósforo que riscou
na mesa do bar e o fez entrar em combustão. A ponta do lenço embebida em álcool
também se incendiou ao tocar o fósforo, tornando completo o coquetel molotov
improvisado.
- Espera, você vai tacar fogo no lugar? - só então Bia
percebia o plano - Não é você que odeia chamar atenção? Um incêndio no meio de
Copacabana não é exatamente algo discreto, Lucas. Tenho certeza de que…
- Silêncio! - ele a interrompeu levantando a voz - Ouça,
ouça lá fora.
- São sirenes? - agora eu também podia ouvir.
- São. Estão a algumas ruas ainda, é verdade. Mas estão à
caminho. Por isso, sim, vamos incendiar o lugar. - ele pegou garrafas que ainda
poderiam ser usadas no chão e rasgou tiras da roupa de um cadáver próximo e
molhou-as com o álcool. Acendeu as duas garrafas as deixou no bar, com um
sinal para que pegássemos. Beatriz deixou Máira com cuidado ao chão e eu pude
ver que seu estado era pior do que eu pensava, sua segunda pele estava
descolando do corpo em várias partes, seus lábios tinham uma aspecto doentio e
manchas roxo-esverdeadas apareciam em seu corpo.
- Ela não parece bem... - Beatriz comentou o óbvio.
- Só vamos acabar logo com isso e sair daqui. - eu respondi
preocupada com minha amiga e com as sirenes que agora estavam mais perto.
- As cortinas - disse Lucas - mirem nas cortinas e nos
tapetes. Ao meu comando. Preparem-se. Agora!
Lançamos os coquetéis que se verteram em impiedosas
labaredas nas luxuosas cortinas de seda e no tapete de pele que se estendia
pelo salão de entrada. Lucas preparou mais alguns e lançamos outra vez. Em
menos de um minuto a Vogue estava inundada por uma densa fumaça e um fogo feroz
brilhava em suas entranhas. Tivemos o cuidado de deixar o caminho para a porta
dos fundos livre de qualquer ataque, pois seria por ali que partiríamos. O
calor fez evaporar qualquer vestígio da água-benta que fora jogada em mim e eu
já não sentia dor alguma agora. Bia não conseguia esconder seu nervosismo no
meio de todo aquele foto (eu havia lhe contado que o fogo era uma das poucas
coisas que podia nos machucar) e também não conseguiu esconder o alívio quando
Lucas mandou que ela fosse atrás do carro de Máira e o deixasse preparado para
nossa fuga. De forma desengonçada, ela pôs a Aaba nos ombros e seguiu como um
anão que carregava um gigante.
Lucas tinha mais uma última ideia para amenizar os vestígios
da nossa aventura naquela noite antes de irmos. Ele pediu que eu empilhasse os
dez corpos num só monte enquanto ele puxou, com extrema agilidade, uma das
cortinas flamejantes de sua base. Ele estendeu a cortina de fogo como um tapete
no chão e nós pusemos os dez corpos lá dentro. O som das sirenes de polícia e
bombeiros já era audível por ouvidos humanos quando ele uniu as duas pontas das
cortina cobrindo os cadáveres numa espécie de forno e os deixamos lá
carbonizando.
Noticia-se o incidente daquela noite de agosto de 1955 até
hoje como um dos maiores incêndios da história do Rio de Janeiro. Dizem
que os danos foram fatais e o prédio teve que ser demolido, pois suas
estruturas estavam comprometidas, mas não ficamos para ver o resultado de nossa
obra. Corremos para a saída e encontramos Bia impaciente com Máira
desacordada ao seu lado, entramos no carro e ela deu a partida.
O vento da madrugada acariciava gentilmente nossa pele que
aos poucos ia voltando à hipotermia normal. Lucas ia no banco traseiro comigo e
nos guiava para nosso novo endereço, no bairro da Urca. Ele disse que já havia
preparado toda mudança e que não precisaríamos mais voltar ao Catete. Máira
precisava de cuidados, entretanto. Enquanto nós parecíamos nos recuperar a cada
segundo que passava, sua aparência continuava preocupante. Me pus entre
as orientações de Lucas e pedi para Beatriz mudar o caminho. Para o Leme, onde
Máira morava.
- É mais perto daqui, e ela claramente está mal. Precisamos
fazer alguma coisa. Retorne, Bia.
Ela se preparou para dar a ré.
- Não retorne, Beatriz. - Lucas disse sem qualquer emoção -
Mantenha a nossa rota pois temos um compromisso para o qual já estamos
atrasados. Esta noite sequer deveria ter acontecido, tem alguém nos
esperando em casa.
- Quem? - Beatriz perguntou, ao volante, confusa.
- Não importa quem esteja nos esperando, vai
continuar assim. Não podemos deixa-la sozinha nesse estado.
- Não podemos? - Lucas agora parecia interessado na questão
- Receio que possamos sim, Carolina. E, falando nisso, desde quando você vem se
preocupa com uma Aaba? Até onde eu sei não somos bem vistos na comunidade
deles.
Máira, neste momento começou a ter um ataque de tosse
crônica e dos seus lábios já acinzentados saía um líquido verde viscoso.
- Beatriz, faz a merda do retorno agora! Preciso ajuda-la e
talvez não haja tempo para irmos até a nossa casa. Você lembra o endereço,
corre.
Bia engatou a ré e fez um retorno numa manobra rápida. Lucas
não mandou que ela mudasse de direção, ao invés disso indagou:
- Gostaria de saber como você vai prover esses cuidados à
sua amiga. Carolina, sejamos realistas, você não tem a mínima condição de
ajudar essa infeliz. Ela vai acabar morrendo de qualquer jeito.
- Nós já perdemos muita coisa, Lucas. - vi-me dizendo -
Perdemos nossa família, perdemos pessoas importantes que tínhamos na nossa
vida. Perdemos até a porra da luz do Sol nessa vida que levamos. Mas eu
realmente sinto pena de você, se você já perdeu a esperança. É tudo que podemos
ter agora.
- Se você quer mais uma responsabilidade para você, ótimo. -
Lucas deu de ombros - Mas eu tenho coisas mais importantes a fazer. Vai ser uma
pena que você perca a nossa reunião.
- Sobre o que é essa reunião, afinal? - Beatriz indagou.
- Sobre o livro, sobre nós, sobre eles…sobre o mundo inteiro
na verdade, e todos os seus planos espirituais. É bom que você vá, Beatriz,
assim pode botar Carolina a par dos fatos.
Bia parecia desconfortável, claramente ela planejava cuidar
de Máira também. Além do fato de ainda não se sentir totalmente à vontade
sozinha com Lucas. Mas e eu a tranquilizei:
- Ele tem razão, você vai à reunião e me conta o que houve.
Se é algo realmente tão importante, vai ser interessante ouvir da boca de
alguém que não tem o pensamento mais pessimista do mundo.
Lucas silenciou e eu acreditei que tínhamos um acordo.
Chegado ao prédio de Máira, abri a porta e saí do carro
dando a volta para pega-la no banco do carona. A acomodei
gentilmente sobre os ombros e bati a porta com meu quadril. Antes de sair
eu me despedi especificamente de Beatriz.
Enquanto pensava em um jeito de subir ao quarto andar com
Máira naquela situação sem ser vista, ouvi o carro dar uma recuada e seguir seu
caminho até sumir na rua. Tentava disfarçar a preocupação que me acometia
sorrindo internamente da mania que Lucas tinha de sempre supervalorizar seus
atos. Qual seria o assunto tão importante daquela reuniãozinha, afinal? Não
preferi ajudar Máira, não por alguma sensação de dívida pelo que ela fez na noite
que nos conhecemos, mas por realmente valorizar a única amizade que tinha
conseguido cultivar em cem anos.
E, pela segunda vez, deixei de conhecer Rafael."
Nenhum comentário:
Postar um comentário